Estilos e Escolas: um patrimônio cultural da nossa cidade
Texto e Pesquisa de Ronaldo Campos
Professor do Centro Universitário UNIBH e do Instituto de Educação de Minas Gerais - IEMG
Do final dos anos oitenta do século XIX até os anos
quarenta do século seguinte, o estado de Minas Gerais conviveu com uma miríade de
estilos artísticos e arquitetônicos que incluía o ecletismo pitoresco, as
restaurações nacionalistas (como por exemplo, o neo-colonial), a art noveau, a
art decó e o modernismo de vanguarda. O início desse processo coincidiu com a revitalização econômica de Minas
Gerais através da exploração e exportação do café.
Nas primeiras décadas da sua existência, Belo
Horizonte recebeu através da sua rede ferroviária as novidades da Europa e dos
Estados Unidos. Chegaram também muitos imigrantes (mestres na técnica do
estuque) que tiveram papel importante no sistema construtivo e decorativo da
nova capital. E muitas mudanças ocorreram. Belo Horizonte é uma cidade moderna e republicana onde
a sua ocupação não se deu de modo espontâneo por
um grupo de pessoas. Foi uma cidade planejada para existir de um determinado
modo e foi construída segundo um traçado específico e de acordo com as mais
modernas técnicas construtivas, com novas tecnologias e novos materiais Ouro
Preto, a antiga capital mineira, pelo contrário, era considerada arcaica e
representava no imaginário da época o caos, a desordem, a irracionalidade, ou
seja, simbolizava o período colonial, uma época que deveria ser esquecida.
Na nova capital, o construtor italiano substituiu o
português. O pau-a-pique foi trocado pelo tijolo cozido e pelas estruturas e
acabamentos metálicos que proporcionaram mesclar indústria e arte. As telhas
coloniais foram trocadas pelas francesas, o beiral pelas platibandas decoradas
comumente com balaustradas, esculturas ou “compoteiras”. O estilo arquitetônico eclético
com os seus varios
elementos decorativos (florões, ordens gregas, cariátides, talantes, máscaras,
folhas de acanto, cartelas, rosáceas e capitéis variadíssimos), sem
preconceitos de épocas e de culturas, se espalhou por toda a cidade.
Ecletismo
De acordo com a
Enciclopédia de Artes Visuais do Itaú Cultural, a palavra ”ecletismo” denota a
combinação de vários estilos em uma única obra sem com isso produzir um novo
estilo artístico-arquitetônico. Para esse estilo arquitetônico, o belo
artístico é obtido a partir da seleção e combinação dos melhores e mais
significativos elementos (formas) dos grandes mestres. Esse termo foi usado
pela primeira vez por Johann Joachin Winckelmann (1717-1768).
De acordo com
Chilvers (2001), o ecletismo é um estilo que combina características
provenientes de fontes diversas. Deriva frequentemente da suposição, explicita
ou não, de que os traços excelentes de vários grandes mestres podem ser
selecionados e combinados numa só obra. Na arquitetura, esse estilo apresentou
quatro momentos. No primeiro (1880-1910), o ecletismo moderado, predominou um
ecletismo de linhas suaves, com elementos do neoclássico, onde não se percebe o
abuso de estilemas. O segundo momento (1910-1920), denominado ecletismo
intermediário, apresentou uma influência menor do neoclássico e um maior uso de
linhas e decoração mais rebuscada. O terceiro tipo é o ecletismo opulento
(1920-1930), onde ocorre a radicalização da mistura de estilos com recriações e
combinações de formas elaboradas ao longo dos séculos pela arte européia. Por
fim, o ecletismo tardio (década de 1940) que se desenvolveu principalmente em
Minas Gerais, nas cidades do interior.
O Instituto de
Educação de Minas Gerais está localizado na rua Pernambuco, 47. Edificação de
1898, com projeto do arquiteto Edgar Nascentes Coelho e execução de Francisco
Soucasseaux, Aurélio Lobo e Bento Medeiros. Fundada em 1906, e tinha por
denominação Escola Normal Modelo Até 1909, funcionou na rua
Timbiras, nº 1497 quando foi transferida para o prédio da rua Pernambuco. Sofreu uma grande reforma estrutural e
estilística, entre os anos de 1926 a 1930, a partir do projeto de Carlos Santos
(autor do projeto do Grupo Escolar Pedro II). Parte do edifício foi demolida,
mas manteve o mesmo partido arquitetônico.
O estilo
arquitetônico do IEMG segue o modelo do ecletismo com linhas arquitetônicas
sóbrias e uma monumental fachada. O corpo principal da entrada tem um pórtico
jônico de quatro colunas, enquadrado por quatro pilares. A cornija é
ornamentada por mísulas ou modilhões. O pórtico é encimado por um ático com o
letreiro. (cf. Primeira edição da Revista Pedagógica do IEMG, p. 08-13)
A Escola
Estadual Afonso Pena (antigo “Grupo Escolar Afonso Pena”) formada por dois edifícios
(duas residências que foram modificadas para se tornar uma escola)
interligados por um anexo. O número correspondente hoje ao 450 foi construído no
ano de 1897 para ser a residência oficial do secretário de Estado do Interior
pela Construtora da Nova Capital. A pintura e a ornamentação originais são do
artista alemão Antônio Steckel. Esse palacete foi projetada de acordo com a
metodologia das “casas tipo” criadas para os servidores públicos estaduais do
tipo F.
Em 1906, no governo do
Presidente do Estado, João Pinheiro, foi reformada pelo engenheiro José Dantas
para que ali fosse instalado o primeiro grupo escolar de Belo Horizonte. De
acordo com o Guia de Bens Tombados, a “referida instituição permaneceu no local
até 1913, quando foi transferida para a sede definitiva na Avenida Paraúna,
hoje Avenida Getúlio Vargas. Nessa ocasião, o Segundo Grupo da Capital, que
funcionava na Rua Guarani passou a ocupar então o palacete da Avenida João
Pinheiro. Em Janeiro de 1914 auferiu a denominação de Grupo Escolar Afonso
Pena” (GUIA, 2014, p.191) A casa contígua à
escola, rua dos Aimorés, também em estilo eclético, foi comprada pelo governo
para ampliar a escola. O imóvel também pertencia à família de Afonso Pena,
provavelmente, também fora erguido como moradia oficial
O Departamento de Trânsito de Minas Gerais (DETRAN\MG), antiga Escola Estadual
Ordem e Progresso, está localizada
a um quarteirão da Praça da Liberdade (na esquina da Rua Bernardo Guimãraes com
a Rua da Bahia), o prédio da antiga Escola Estadual Ordem e Progresso, é
formado por edificações em estilo eclético dadata do início da construção da
nova capital. A casa da Rua Bernardo Guimarães foi construída em 1897 pela
Comissão Construtora da Nova Capital com a finalidade de ser a residência do
chefe de polícia (o que hoje corresponderia ao cargo de secretário de Segurança
Pública do Estado). É um palacete do modelo casa tipo F. A sua ornamentação e
pintura foram realizadas por Frederico Antônio Steckel e Bertholino dos Reis
Machado. A casa da Rua da Bahia foi projetada
pelo arquiteto italiano José Fornaciari, no ano de 1898. A sua construção ficou
a cargo de Carlos Antonini (o mesmo que foi responsável pela edificação do
Palácio da Liberdade).
Essas duas edificações exemplificam bem o ecletismo moderado.
Percebe-se a influência clássica aliada a ornamentos geométricos. No frontão da
fachada da casa da Rua da Bahia, há uma alegoria referente à indústria e ao
comércio. No palacete da Rua Bernardo Guimarães, observa-se o busto alegórico
de um militar, rodeado por guirlandas e folhas de acanto.
Ao longo dos anos, essas casas tiveram várias funções. Em
1962, foram adaptadas para oferecer o curso ginasial aos filhos dos servidores
da Polícia Civil. Foram construídos vários anexos para a expansão da escola. No
início da década de 1970, foi transformada em Escola Estadual de 1º e 2º Graus
Ordem e Progresso. Em 1998, a escola foi transferida para o bairro Gameleira e
hoje o prédio abriga o Departamento de Trânsito de Minas Gerais (DETRAN\MG)
A Escola Estadual Barão do Rio Branco (antigo
“Grupo Escolar Barão do Rio Branco”) localizada na avenida Getúlio Vargas, 1059. A sua
construção teve início em 30 de dezembro de 1911 sob a responsabilidade do
construtor Jayme Salse e do engenheiro fiscal Mário Alves Ferreira. No local
onde hoje existe a escola, havia a Praça Alexandre Stockler que desapareceu em
função da construção do primeiro Grupo Escolar da Nova Capital.
É um típico exemplo de construção dos grupos escolares no início do
século XX. É uma construção térrea com planta inspirada no ecletismo da
primeira fase, de linhas suaves,
com elementos do neoclássico e janelas em arco pleno,
onde não se percebe o uso abusivo de estilemas. É uma
construção de pavimento único, porão alto, parcialmente utilizado e baldrame
que acompanha o desnível da via.
O plano central, eixo de simetria, tem um grande portal
delimitado por duplas de pilastras. Uma grande bandeira fixa ladeada por falsos
nichos ornamentam a porta de acesso da escola. Acima dos nichos, há janelas
rasgadas inteiramente com guarda-corpo de ferro fundido. No alto da portada,
uma janela termal arrematada por um frontão curvilineio que por sua vez . é coroado por um baixo relevo destacando o
atual brasão das armas do Estado de Minas. Do lado direito, o brasão do Estado
de 1891, onde há uma mulher representando à agricultura e um homem à mineração.
Do lado esquerdo, tem-se a alegoria completa com o brasão da cidade de Belo
Horizonte. Todos essas formas simbólicas são ornadas por elementos fitomorfos
e laços de fita.
De acordo com o Guia de
Bens Tombados, o projeto do primeiro Grupo Escolar apresenta algumas mudanças
que rompem com o esquema rígido do ecletismo e se adéqua a sua função
pedagógica: “o bloco principal implanta-se transversalmente, formando grande
parte da testada do lote triangular na antiga Avenida Paraúna, atual Getúlio
Vargas. Dele partem três outros blocos longitudinais, perfeitamente simétricos
ao eixo do bloco principal. O partido configurado pela letra “E”, proporciona
adequada distribuição das salas de aula. Obedecendo à orientação magnética e
beneficiando a ventilação dos cômodos. ” (GUIA, 2014, p.267)
A Escola Estadual Olegário Maciel (antigo
“Grupo Escolar Olegário Maciel”) foi criado em 1924 e inaugurado no ano
seguinte. Localizado na Avenida Olegário Maciel (antiga Avenida São Francisco)
possui características arquitetônicas do ecletismo. Essa
edificação originalmente foi constituída por um partido arquitetônico em forma
de “E”, com um volume retangular paralelo ao arruamento, e três outros a ele
perpendiculares, localizados nos eixos central e lateral do retângulo principal.
Como nas outras construções escolares, há uma preocupação com a simetria que,
nesse caso, ocorre, na disposição espacial dos pátios. Abobadilhas estruturadas
por perfis de ferro fundido sustentam os pisos das varandas. Os telhados destas
são sustentados por uma leve colunata metálica. Telhas francesas fazer a
cobertura dessas áreas.
Internamente, é uma construção austera, com pé
direito alto, janelas verticalizadas e salas de aulas amplas. As áreas de
circulação são avarandadas. Essas varandas têm guarda-corpos com montantes com
formas mais requintadas, de ferro fundido.
Art Noveau
A Art Noveau é um estilo artístico que se desenvolveu entre os anos
de 1890 e o inicio da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Pode ser considerado
um estilo eminentemente internacional, com denominações variadas nos diferentes
países. A origem do termo está ligada ao nome da galeria parisiense L'Art
Nouveau. Foi uma reação ao historicismo da arte acadêmica (século XIX) e ao
sentimentalismo e as expressões líricas do romantismo: uma crítica.aos
princípios básicos da produção em série, dos materiais industrializáveis e do
acabamento menos sofisticado das formas industrializadas.
Os artistas desse estilo se inspiraram na natureza,
nas linhas sinuosas e assimétricas das flores e animais. Houve uma grande
utilização de arabescos e curvas,
complementados pelos tons frios e a revalorização da beleza, colocando-a ao
alcance de todos, pela articulação estreita entre arte e indústria. Buscou criar uma relação
orgânica entre o ornamento e a função. “A fusão e depois a estreita união do
ornato com a estrutura passam então por ondulações e funções que submetem o
material, ferro, ferro fundido, vidro ou pedra, ao seu objetivo.” (DUCHE, 1992,
p.200)
A Art Noveau não se restringiu a arquitetura, abrangeu
também design, artes plásticas, artes decorativas, artes gráficas e arte
mobiliária. Em terras brasileiras, a Art Nouveu chegou no começo do século
XX. Diferente do ecletismo,
esse estilo arquitetônico e artístico não se organizava por uma adição ou
acumulação de elementos estilísticos, mas, por uma fusão ou síntese.
A antiga “Casa do Afonso Pena
Júnior (atual Centro Universitário UNA), a Escola Estadual Afonso Pena e a Escola Estadual Ordem e Progresso formam o conjunto de edificações da
Avenida João Pinheiro e área adjacente. Esse conjunto está localizada entre a
avenida João Pinheiro e a rua Timbiras.
A antiga “Casa do Afonso Pena
Júnior é uma edificação projetada em 1913 pelos arquitetos José Lapertosa e
Victor Renault Coelho segundo os padrões da art-noveau.
Localizada na Rua dos Aimorés, serviu de residência ao político e
intelectual Afonso Pena Júnior. Em 1971,
foi adquirida pela UNA sofrendo várias alterações e acréscimos ao longo dos
anos. De acordo com O Guia de Bens Tombados, o “edifício está implantado no
alinhamento da rua, mantendo afastamento lateral com jardins protegidos por
belo gradil em ferro; a ligação entre os pavimentos é feita por escada de
acesso ao alpendre com estrutura e cobertura independente em forma de cúpula
metálica, sustentada por coluna de ferro com arremate superior em lambrequim e
guarda-corpo em ferro fundido” (GUIA, 2014, p.192) Na decoração e ornamentação internar, destaca-se o forro e assoalhos em
madeira trabalhados por Gabriel Galanti.
Arquitetura Neocolonial
Praticamente esquecido, a arquitetura neocolonial já gozou de uma
preeminência considerável na cena cultural do país, ao representar a
preocupação em se construir uma arquitetura com caráter nacional que rompesse
com a imposição cultural externa através da importação de estilos estrangeiros.
A expressão neocolonial foi usada em países latino americanos, nas
primeiras décadas do século passado, para definir os movimentos culturais que
almejavam resgatar a autêntica tradição nacional e afirmar a identidade nacional.
Rejeitando o neoclassicismo e e o ecletismo, por considerarem uma ameaça às
expressões nacionais
Para Carvalho (2007), esse estilo arquitetônico surgiu a partir da necessidade de
auto-afirmação sócio-cultural pós proclamação da República. Representou o
esforço de ser criar uma arte genuinamente brasileira. Sendo também uma reação
ao academismo e ao Ecletismo, vistos somente enquanto “fachadismo”. Buscou
“rememorar” ou resgatar o século XVIII, o período barroco, considerado uma
época ideal a partir de uma manipulação nostálgica de um tempo\espaço
distante. Pretendia-se reafirmar a
identidade e a consciência nacional do
povo. Representou a tentativa de se
encontrar a “independência cultural que subitamente adquire importância devido
às comemorações dos centenários de independência política dos países
latino-americanos. Nesse sentido o neocolonial se figura como uma antecipação
do moderno. (AMARAL, 1994, p. 16)
Esse estilo se originou, em meados da década de 1910, a partir da
atuação do engenheiro e arquiteto português (radicado em São Paulo) Ricardo
Severo . Na capital mineira, a arquitetura neocolonial só apareceu em meados
dos anos de 1920 com os projetos de Luiz Signorelli. Destacando-se também
Caetano Defranco e Carlos Santos.
Partindo da nomeclatura proposta por Carvalho (2007)o estilo neocolonial pode ser dividido em três momentos. O primeiro
período abrange de 1914 (ano da apresentação do Manifesto de Ricardo Severo) a
1939 (quando Lucio Costa e Oscar Niemeyer apresentaram na Feira Mundial de Nova
York um projeto representando a nova arquitetura como um símbolo da modernidade
brasileira). A maioria das obras nesse período utilizaram referências
arquitetônicas do norte de Portugal e tipos inspirados na arquitetura colonial
(Bahia, Minas Gerais, região de reinóis (norte de Portugal), região do Douro,
Trás-os-Montes e do Minho). Essas influências se fundem a um sistema
construtivo moderno. Bahia).
A Segunda Fase ocorreu entre os anos de 1940 a 1960. Essa época foi
marcada pela grande influência americana. O marco final é a inauguração de
Brasília. Nessa fase, ocorre o rompimento com a “arquitetura tradicional” ou
“colonial brasileira”. Os modelos de colonização espanhola tornam-se os tipos
exemplares arquitetônicos do período (Mission Style e o Estilo Californiano). Há uma predominância
do arco pleno, do torreão, do “alpendre” (subsitituindo a varanda que ocupava
toda a extensão das fachadas). Os chafarizes, os elementos da arquitetura
portuguesa (como por exemplo, as pinhas) e os frontões da arquitetura barroca
se tornam raros.
A Terceira Fase do Neocolonial inclui as décadas de 1970 e 1980. Nessa
época, qualquer construção que utilizasse telhas de cerâmicas já era
classificada como um exemplo de arquitetura Neocolonial. As edificações imitam
pequenos detalhes da arquitetura colonial, sem o cuidado de manter uma relação
com o original. Esse processo se dá de forma vaga e imprecisa.
A Escola Estadual Pedro II
(antigo “Grupo Escolar Pedro II) é uma edificação localizada na avenida Alfredo Balena (antiga
Avenida Mantiqueira).O terreno da escola, de aproximadamente 4.500 metros
quadrados, foi desmembrado de uma área do Parque Municipal. Em estilo Neocolonial, de autoria do Escritório Técnico do Arquiteto J.
Poley, com participação do arquiteto Carlos Santos, que ao lado do engenheiro
Paulo Costa, foi responsável pela sua construção. De acordo com o Guia de bens tombatos, à primeira vista
o conjunto lembra a reforma, feita em 1922, do antigo Arsenal de Guerra (Casa
do Trem), monumento de época colonial, completamente alterado, acrescido,
modificado e adaptado para Pavilhão das Indústrias, na Exposição do Centenário,
no Rio de Janeiro, em 1922.” (SOUZA, 1984, p.20)
Inaugurada em 1926, a planta da escola segue o formato triangular do
terreno, com três volumes e um pátio interno, dividido por um passadiço.Essa construção faz parte da
primeira fase da arquitetura neocolonial
brasileira. Foi inaugurado durante o governo do Presidente de Estado, Mello Vianna. A escolha
desse estilo não foi aleatória. Buscava-se aflorar na população um sentimento de valor patriótico. Visando aprimorar a
formação educacional através da valorização artística e do aprimoramento dos
sentimentos plásticos/estéticos. Para o governante, não existindo um estilo
arquitetônico essencialmente brasileiro, é preferível resgatar os modelos
coloniais. Por estarem vinculados à nossa história, aos nossos valores e
tradições.
A fachada principal do prédio, com uma dominante horizontal, é extesa e
está voltada para a avenida Alfredo Balena. A
planta triangular da construção tem o formato triangular e segue a forma do
terreno. A edificação foi projetada com os dois pavimentos dispostos em torno
de um pátio central. O prédio é ricamente ornamentado com frontões recurvados,
cornijas sinuosas, medalhões e colunas torsas segundo o padrão colonial das
igrejas barrocas mineiras. “O volume central, concebido pelo artista José Bahia é ricamente
trabalhado. A porta almofadada é realçada por uma portada com curvas e
recurvas, à maneira das igrejas barrocas.” (GUIA, 2014, p. 176)
Um grande frontão encima a entrada, com decoração exuberante de ornatos,
telhas, globos e coruchéus. O conjunto continua em pequenas arcadas, com
colunas torsas e todo o catálogo decorativo da época. Na fachada, destaca-se
também as duas esculturas de Moreira Júnior que representam o Progresso e a
Instrução. A escola possuía um painel decorativo de autoria de Aníbal Matos.
Justo o que eu procurava sobre guarda corpo bh. Obrigada!
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